Linguagem de programação - pág.8

LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO DE CENTRO DE USINAGEM - CONTINUAÇÃO

PADRÕES DE FURAÇÃO

    Existem várias operações de usinagem que são realizadas ponto a ponto tais como, furação, roscamento, mandrilhamento, etc. principalmente, a furação arranjada com um determinado padrão regular nas peças.

    A maioria destes furos possui as mesmas características dimensionais como o diâmetro e a profundidade, isto favorece a programação que se torna mais fácil com os ciclos de repetição. Para tanto, usa-se a palavra K__ ou L__ para alguns comandos, e coordenadas incrementais com G91.

    No simulador Fanuc é possível obter repetições de ciclos em determinada coordenada usando-se K seguido da quantidade de repetições desejadas, por exemplo, K3 irá produzir duas repetições do ciclo a partir da coordenada atual, se programado com coordenadas incrementais. Por exemplo:

N45 G98 G81 X100 Y50 Z-19 P1000 R3 K1

N46 G91 X20 K3

    Depois de realizada a primeira furação com a instrução G81 a ferramenta se move para a próxima posição, segundo coordenadas incrementais estabelecidas por G91, ou seja, 20mm na direção positiva de X, repete a furação nesta posição e depois a cada 20mm no total de quatro furos.

    Os arranjos de furos mais comuns são:

Padrão em Linha;

Padrão Angular;

Padrão com Cantos;

Padrão Grelha Reta;

Padrão Grelha Inclinada;

Padrão em Arco;

Padrão em Círculo.

    Além destes padrões, existe o padrão aleatório que não terá qualquer solução razoável de programação tendo-se que programar um a um.

Todos os exemplos de padrões de furos a seguir podem ser executados no simulador Fanuc.

PADRÃO EM LINHA

    Quando a disposição dos furos segue o padrão em linha na direção paralela de X ou Y com igual espaçamento, pode-se proceder a programação facilmente, conforme necessário para usinagem da peça no exemplo a seguir. A direção e sentido da furação são mostrados pela seta a partir do primeiro furo.

Figura 3.14.1: Exemplo de peça a ser furada no padrão em linha.

A seguir programa comentado.

O6900                                 (O______ – Número do programa.)

!FURAÇÃO COM PADRÃO EM LINHA (! – Envia nova mensagem.)

N1 G21                                (N1 – Bloco número 1.)

                                             (G21 – Especifica unidade em milímetros)

[BILLET X150 Y20 Z20 (A diretiva [BILLET X___  Y___  Z___ define o tamanho da matéria prima para simulação, sendo X150 na horizontal, Y20 na vertical e Z20 na altura)

 [TOOLDEF T01 D8 L100 (A diretiva [TOOLDEF T___  D___  L___ define a ferramenta, diâmetro e seu comprimento.)

 [CLEAR                               ([CLEAR – Limpa a área de mensagens.)

!OPERADOR-INICIO     (! – Envia nova mensagem.)

 N2 G40 G80                      (G40 – Cancela qualquer compensação da ferramenta)

                                            (G80 – Cancela qualquer ciclo fixo anterior)

N3 G28                              (G28 – Envia a ferramenta para o local de troca)

N4 M06 T01                     (M06 – Realiza a troca da ferramenta por T01)

N5 G90 G00 X15 Y10 Z5 M03 S600 M08 (G90 – Estabelece coordenadas absolutas)

                                   (G00 – Movimenta a ferramenta rapidamente até a primeira posição de furação, em X15, Y10 e Z5)

                                               (S600 – Estabelece rotação de 600 rpm)

                                               (M03 – Liga o eixo árvore no sentido horário)

                                               (M08 – Liga o sistema de refrigeração)

N6 G99 G81 R3 Z-15 F20 (G99 – Define a posição de retorno até R)

                                               (G81 – Estabelece o ciclo de furação a ser usado)

                                               (R3 – Determina a coordenada em Z para retorno)

                                               (Z-15 – Determina a profundidade do furo)

                                               (F20 – Determina o avanço em 20 mm/minuto)

N7 G91 X20 K6                  (G91 – Estabelece movimentação em coordenadas incrementais)

                                               (X20 – Determina a distância de deslocamento na direção X)

                                               (K6 – Determina a quantidade de furos a serem feitos)

N8 G80 M09                        (G80 – Cancela qualquer ciclo fixo anterior)

                                               (M09 – Desliga a refrigeração)

N9 G28 M05                        (G28 – Envia a ferramenta para o ponto de troca)

                                               (M05 – Desliga o eixo árvore)

N10 M30                               (M30 – Finaliza o programa com retorno ao início)

    Note que na programação o primeiro furo é posicionado através de coordenadas absolutas com G90 e a partir do segundo furo segue em coordenadas incrementais, com G91. O endereço K é usado para a repetição do ciclo, reduzindo a quantidade de blocos do programa com as coordenadas de cada um dos outros furos, não sendo também, necessário calcular estas coordenadas.

    Isto somente é possível porque o espaçamento é igual entre os furos. A quantidade de repetições estabelecida refere-se a quantidade de espaços entre os furos e não a quantidade de furos.

EXEMPLOS DE OUTROS TIPOS DE PADRÕES DE FURAÇÃO

ENCONTRAM-SE NAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

OPERAÇÕES DE FRESAMENTO

    Existe vários tipo de operações de fresamento cada qual deixa na peça uma característica diferente na peça entre estas operações tem-se: faceamento, furação, roscamento, etc. A seguir são descritas algumas destas operações e as suas particularidades quando executadas em máquinas CNC.

FRESAGEM POR FACEAMENTO

    A fresagem por faceamento é a operação de usinagem que controla a altura da peça e certamente é a mais simples das operações de fresagem.

    O cortador utilizado, geralmente, possui múltiplas arestas cortantes e é denominado cabeçote de fresamento. Este cabeçote de fresamento é dotado de vários insertos intercambiáveis que efetivamente tem a instrução de corte do material da peça.

    Os cabeçotes de fresamento podem ter quantidades de insertos que variam de dois até dezenas, estes insertos podem estar em posições diversas e ter também, geometrias diversas, adequando-se a necessidade de usinagem. Vide as figuras a seguir.

Figura 3.14.2: Cabeçotes de fresamento Sandvik Coromant.

Figura 3.14.3: Cabeçotes de fresamento com diferentes tipos e posições de insertos.

    A seleção do tipo de cabeçote de fresamento depende de alguns fatores, tais como:

  Condições da máquina CNC;

  Material da peça;

  Método de preparação e integridade de fixação;

  Método de montagem;

  Tipo de desenho de construção do cabeçote;

  Diâmetro do cabeçote (Dc);

  Geometria do inserto.

    O diâmetro nominal do cabeçote varia conforme seu desenho construtivo e tipo e posição do inserto utilizado, vide figura anterior, e a geometria do inserto pode ser bem variada também, sua forma pode ser quadrada, triangular, redonda, octogonal, etc. Além disto, os insertos podem ter ângulos de saída positivos ou negativos.

    Na operação de faceamento é recomendável que se tomem algumas precauções para que o resultado da usinagem seja apropriado ao que se deseja. Principalmente quanto à integridade da peça e acabamento superficial.

    Como a ferramenta irá entrar na peça e fará o corte na sua face são muito importantes. Vide figuras a seguir.

Figura 3.14.4: Esquemas de corte com cabeçote de fresamento.

    Na figura anterior três tipos de esquemas de corte são mostrados relacionando o diâmetro de corte do cabeçote e a largura da peça. Das três opções mostradas apenas o item “a” é recomendado, pois não deixará rebarbas em nenhum dos lados da peça. Porém, mais importante que a posição de passagem sobre a peça é a o ângulo de entrada do cabeçote conforme mostrado na figura a seguir.

Figura 3.14.5: Ângulos de entrada do cabeçote na peça.

    Se o deslocamento relativo entre o cabeçote e peça é concordante, assim como mostrado na figura anterior, um ângulo de entrada negativo pode causar a quebra da última porção da peça e eventualmente, até o inserto, se a quantidade de material a ser removida for grande, normalmente este método não é recomendado.

    Um ângulo de entrada positivo no desbaste pode eventualmente puxar a peça contra o cabeçote de faceamento e também forçar a quebra do inserto.

    Para a operação de desbaste no faceamento, ou seja, remoção de grandes quantidades de material, recomenda-se deslocamento discordante positivo, e para operação de acabamento, recomenda-se deslocamentos concordantes tanto positivos quanto negativos. Vide figura 3.15.4.

OUTRAS INFORMAÇÕES ENCONTRAM-SE NAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.


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